Postura profissional em tempos de igualdade de gênero

Por Karla Giacomet

Comecei a pensar na relevância do tema da coluna desse mês (Postura profissional em tempos de igualdade de gênero) na semana passada em um treinamento que eu estava ministrando. Era um treinamento corporativo sobre Postura Profissional Contemporânea.

Falávamos sobre cumprimentos. No momento que eu comentei que não importa quem inicia o aperto de mão, que o homem não precisa mais aguardar a iniciativa da mulher, um dos participantes me questionou e iniciou-se uma pequena polêmica. Particularmente, gosto desses momentos, eles nos incentivam a pensar em porque fazemos o que fazemos…

Expliquei que não importa quem inicia o aperto de mão, assim como o homem não precisa mais abrir a porta do elevador para sua colega, ou puxar a cadeira para ela sentar. Vivemos um importante momento que busca a igualdade de gênero, condições igualitárias na esfera profissional, e qualquer atitude (mesmo que não intencional) que vá de encontro com essa causa, pode provocar desconforto entre as partes.

Luta

Há alguns dias depois me deparei com uma entrevista da Gloria Kalil sobre a nova etiqueta profissional. Apesar de não concordar com tudo que li, gostei muito de quando ela fala sobre esse tema. “Havia atitudes chiques numa época mais machista que já não têm mais sentido…. eu gosto que me ajudem a carregar um pacote pesado, por exemplo. Não custa nada, desde que seja uma gentileza de verdade, e não uma expectativa ditada pelo gênero…”, disse ela.

Não estou aqui desestimulando comportamentos gentis- de forma alguma, por favor! Eu gosto muito de gentilezas, acho que elas são inspiradoras – quando genuínas. Eu gosto de abrir a porta do elevador para as pessoas: abro para homens mais velhos, mais novos e para outras mulheres. Se você também gosta, pense que esse comportamento delicado pode acontecer independente de regras de gênero e de idade.

Importante ressaltar que as questões relacionadas a igualdade de gêneros não é apenas uma “luta de mulheres”. Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que 75% dos brasileiros consideram de grande ou extrema importância que gestores e legisladores desenvolvem políticas de promoção da igualdade entre mulheres e homens. Ou seja, muitos homens e várias empresas já aderiram – inclusive a empresa multinacional que me contratou para falar sobre o tema.

São novos tempos.

Ao não acompanharmos as mudanças de comportamento da sociedade, corremos o risco de, aos poucos, nos tornarmos profissionais ultrapassados, fora do nosso tempo, por mais atualizado que esteja nosso currículo.

E você, como quer ser visto?