Ser chique. Uma questão de atitude.

Por Dani Amorim

“Chique” é uma palavra cuja interpretação depende de referências pessoais. O que é chique para mim pode não ser chique para você, pois o nosso ambiente de convivência é o que define esse termômetro. 

Por isso, sempre digo que chique também é saber olhar o espaço aonde vamos e saber nos adequarmos a ele, levando em consideração o ambiente e as pessoas que lá estarão. Mesmo assim, sabendo se adequar, ainda é normal chegarmos a alguns lugares e ouvir “como você está chique!”. Essa é a versão banalizada da palavra, que pode dar a entender que a pessoa passou do ponto, quando na verdade, só está recebendo um elogio por estar bem arrumada.

Mas a melhor definição de chique que já vi é essa retratada no trecho extraído do livro “A quem interessar possa”, de Gilka Maria. De certo modo, ele reflete um pouco da essência da consultoria de imagem – que vai além da aparência – e vai ao encontro do que eu acredito e procuro transmitir.

Nunca o termo ‘chique’ foi tão usado para qualificar pessoas como atualmente. Basta abrir qualquer das revistas semanais especializadas em burburinhos para ver as mais diferentes figuras reduzidas à mesma tribo: a dos “absolutamente chiques”. 

Para isso, basta ter (ou parecer ter) uma gorda conta bancária, um apartamento projetado por um arquiteto específico e, claro, frequentar as festas certas e os restaurantes da moda. É tiro e queda. Daí pra virar celebridade é um pulo. Celebridade “chique”, lógico. 

Mas a verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas. 

Assim, para ser chique, é preciso muito mais que um guarda-roupa recheado de grifes importadas. Muito mais que um belo carro alemão. O que faz alguém ser verdadeiramente chique não é quanto essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta. 

Chique mesmo é quem fala baixo. 

Quem não procura chamar atenção por suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes. Mas que, sem querer, atrai todos os olhares, porque tem brilho próprio. 

Chique mesmo é quem é discreto, não faz perguntas inoportunas, nem procura saber o que não é da conta. 

(…)

Chique mesmo é parar na faixa de pedestre e abominar a mania de jogar lixo na rua. 

Chique mesmo é dar bom-dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador.

É lembrar o aniversário dos amigos. 

Chique mesmo é não se exceder nunca. Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir. 

Nada mais feio que parecer uma vitrine ambulante. 

Chique mesmo é olhar no olho de seu interlocutor. 

É “desligar o radar” quando estiver sentado à mesa do restaurante, e prestar verdadeira atenção à sua companhia. 

Chique mesmo é honrar sua palavra. 

É ser grato a quem lhe ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. 

Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, mas ficar feliz ao ser prestigiado.

(…)

Chique mesmo é ter boa conversa, cultura geral e um pretinho básico no armário.

Mas, pra ser chique, chique m-e-s-m-o, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre do quanto que a vida é breve e de que vamos todos pro mesmo lugar. Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se cruzar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem. 

Porque, no final das contas, chique mesmo é ser feliz!”

Chique é estar bem consigo mesmo. É conseguir expressar o seu melhor para o mundo e com isso contagiar positivamente aos outros e a si mesmo. É amar a si para conseguir amar ao próximo. Chique é respeitar as diferenças e sorrir. Acreditar que ninguém é melhor nem pior do ninguém, por que cada um é melhor que o outro naquilo que sabe fazer e do jeito que sabe fazer.

Que sejamos todos mais chiques!